tag:blogger.com,1999:blog-989004452611993922024-02-08T06:51:07.136-08:00o livro das pretensõesa ser escrito.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.comBlogger20125tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-12166037665147164552011-01-04T10:34:00.000-08:002011-01-04T11:28:53.864-08:00seremos a geração do não, musicialismo.seremos a geração do não,<br />
musicialismo.<br />
não perderemos a canção<br />
nem o cisto. seremos o coração da ação.<br />
<br />
nada mais do que isto.<br />
seremos paixão<br />
e abismo.<br />
<br />
seremos qual cisco<br />
colhido em vinténs,<br />
se espalharão<br />
além e a quéns.<br />
<br />
seremos qual lixo.<br />
<br />
seremos a geração do não.<br />
tempo de morte e de cristos.<br />
não morrerão<br />
nem nunca estarão vivos.<br />
seremos a geração<br />
dos livros<br />
comprados sem razão<br />
nem visto.<br />
<br />
não nos valerá ninguém. só o silêncio<br />
<br />
ou o haver.<br />
<br />
o apocalipse absoluto da forma<br />
e da poesia. <br />
não nos valerá ninguém. <br />
<br />
seremos<br />
a geração do não, "tempo',<br />
como diria drummond, <br />
'de absoluta de-<br />
puração".<br />
<br />
somos a geração do não.<br />
<br />
- o dia em que a terra cair<br />
por cima das tempestades<br />
e o mundo fluir<br />
sem vãs veleidades.<br />
<br />
o apocalipse de todas as gerações.<br />
todas as sanções<br />
do mundo anterior.<br />
só isso<br />
e basta.<br />
anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-28578851496764351952010-12-30T10:18:00.000-08:002010-12-30T10:18:54.108-08:00imensurável quando cada<br />
palavra<br />
estiver correta, eu<br />
paro.<br />
<br />
<br />
mas não estão.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-81654595691674556132010-12-30T07:58:00.000-08:002013-10-29T16:57:11.155-07:00manual de atuação de palco - para atores e não-atoresque todas as coisas grandes sejam<br />
deveras grandes:<br />
exacerbadamente<br />
<br />
miúdas.<br />
sutis.<br />
<br />
para a pessoa<br />
não há ilusões de si.<br />
<br />
apenas gestualidades, - inatas.<br />
circunstâncias.<br />
ignorâncias convictas e<br />
<br />
débeis<br />
<br />
convicções.<br />
<br />
não forces que o homem e<br />
nem que a mulher<br />
sejam mais do que são. apenas sê. tanto ou tão pouco quão.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
a tortura, por mais que provoque o sangue,<br />
não sangra. transparece.<br />
reluz.<br />
<br />
quase indelével.<br />
no entanto,<br />
o céu não enxerga, nem<br />
o púlpito,<br />
nem o público<br />
tbm.<br />
<br />
é tudo como se sumisse por trás da cortina escura,<br />
aberta,<br />
por detrás do palco.<br />
por dentro de si.<br />
<br />
<br />
( não forces que se abra ela anterior ao exato tempo.<br />
às 17h30 ou às 9h20.<br />
o relógio é um aspecto inexato,<br />
mas o tempo certo<br />
não;<br />
ele acerta-se<br />
medido. )<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
não faças rasuras, borrões,<br />
nem transliterações<br />
que não<br />
se exijam.<br />
<br />
a realidade é crua. é pouca.<br />
exige desesperança<br />
e simplicidade.<br />
<br />
não exijas de ti, ainda, o que não podes<br />
nem do outro o que tu saibas.<br />
tem apenas o domínio,<br />
- não de si.<br />
apenas o domínio,<br />
<br />
o chão,<br />
o palco,<br />
o<br />
voo,<br />
<br />
o éden e o hades<br />
para além da minha e da tua<br />
compensação.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
não queiras mais do que devas querer<br />
mas tbm não deixes de sonhar além,<br />
preso à atmosfera<br />
única<br />
de quem tu<br />
és<br />
de agora em diante<br />
e a jamais.<br />
sê curto e mesquinho,<br />
mas humano.<br />
mas doente.<br />
liberto.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
ninguém fala de trás para frente,<br />
não fales tbm.<br />
ninguém ainda pousa, na vida, para fotografias<br />
flagrantes, não pouses ainda tu.<br />
<br />
ninguém ouve a música senão por ouvi-la. ninguém<br />
crê-la entendida. a música é que atra-<br />
vessa,<br />
lança,<br />
ela mais mata<br />
do que fala.<br />
cala-te.<br />
<br />
~~~<br />
<br />
se puderes quebrar o joelho, deveras,<br />
quebra. mais vale acabar a peça<br />
que não sacrificar,<br />
- mesmo as tuas partes íntimas, aquelas que temes expô-las.<br />
mesmo as tuas nádegas e o interior de teus dentes,<br />
todo o teu nojo. dá a quem olha o<br />
prazer<br />
de doer,<br />
<br />
imaturamente.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
quem sabe tudo despenque.<br />
não é notório que as hastes derribem-se ao<br />
sopro feroz.<br />
abandona tudo.<br />
prostra-te ao chão<br />
e determina o que é teu: o espaço. o teu espaço.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
não chores quando não tenhas lágrima.<br />
é perigoso. te intimida! embora,<br />
não vivas<br />
senão a vida em ti.<br />
ela tbm sabe reagir exatamente ao chamamento,<br />
e não o deduzas tu.<br />
<br />
é tão triste fadar as coisas a molduras.<br />
elas nem sempre complementam<br />
a tinta.<br />
às vezes as coisas são aéreas<br />
e serenas.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
se te perguntas, com que cabeça o fazes?,<br />
com que imbecilidades?,<br />
as tuas<br />
ou as em ti?<br />
<br />
<i>agoraemdiante</i> é todo o processo:<br />
não te suicides, por favor!<br />
<br />
amanhã te serás novamente, - ou ainda um outro:<br />
ninguém se conhece deveras, nem ao outro.<br />
quem dera eu pudesse te contar!<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
as expressões demais absurdas, nem toda a maquilagem do mundo,<br />
essas coisas são tão indiferentes diante<br />
da poesia<br />
instantânea<br />
das<br />
forças!<br />
não te faças. sê!<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
olha marília pêra.<br />
binoches. montenegros. olha<br />
desconhecidos,<br />
mas olha bem retamente aos olhos<br />
e pro palco. pros pés,<br />
pras pernas<br />
e pros vocais. o que é mais que isso é só o mais.<br />
vive no mais, não lhe faças<br />
o teu todo nem<br />
teu eu.<br />
<br />
não vale a pena.<br />
o ouro não vende a sinceridade.<br />
tudo o que brilha<br />
é pó,<br />
a não ser o que é plasma,<br />
o que é estrela.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
por favor, não creias em palavras mortais,<br />
nem os maiores e medíocres elogios.<br />
tem fé<br />
<br />
ou melhor, perde tua fé,<br />
a não ser que tua fé seja a mesma de quem tu te sejas lá.<br />
as pessoas sorriem por quaisquer banalidades<br />
e a maioria delas é conveniente demais<br />
para entender-te a<br />
insalubridade.<br />
deixa-as crer apenas, não te sintas<br />
obrigado<br />
a te explicar.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
e se tudo isso não funcionar.<br />
<br />
dorme,<br />
é bem melhor<br />
a ti fazê-lo.<br />
<br />
~~~<br />
<br />
por sobre a amarga distância, pois então,<br />
aproxima-te.<br />
morre somente quando é necessário morrer.<br />
antes disso, tudo é vivo,<br />
vibra.<br />
<br />
se o coração não aguentar, estoura!<br />
explode!<br />
teus fragmentos levarão à<br />
morte<br />
muitos.<br />
<br />
até mesmo os incrédulos. até mesmo os invisíveis<br />
luzirão!<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
da carne, tu tens todo o teu mérito.<br />
tu'alma tbm é pó, - ali,<br />
não penses tua moral além<br />
da realidade diária<br />
da vida<br />
e da morte.<br />
<br />
e por isso: faze a "chapinha", usa<br />
as tuas lentes multicoloridas;<br />
mas não tenhas nada com elas, nenhuma intimidade.<br />
tem nas mãos o mundo e não<br />
a preocupação de o não teres. é tão medíocre não te aceitares<br />
tanto quanto a morte<br />
que virá um dia te embalar. sê sábio<br />
<br />
diante das coisas.<br />
<br />
~~~<br />
<br />
nenhuma leitura é pouca, nem do mundo, nem dos livros.<br />
não é necessário entenderes, mas ver.<br />
aprender.<br />
qualquer coisa<br />
pela observação e conservação<br />
<br />
da história.<br />
<br />
~~~ <br />
<br />
e quando um momento não tiveres nada,<br />
nem a ti mesmo dentro de ti,<br />
- e por isso sofrerás -,<br />
<br />
e quando um momento te saberes:<br />
<br />
é teu o domínio.<br />
tu estarás.<br />
<br />
e ninguém, ninguém no mundo<br />
te poderá<br />
<br />
jamais <br />
<br />
derrubar.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-75160148499336423542010-12-28T10:03:00.000-08:002010-12-28T10:03:50.139-08:00fragmentoa palavra<br />
é um produto<br />
<br />
real<br />
<br />
a poesia<br />
<br />
contanto,<br />
ilealanbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-43894894384678346972010-12-20T07:51:00.000-08:002010-12-28T09:35:55.570-08:00deusligo-te ao mundo<br />
como uma espera demorada.<br />
às vezes,<br />
demorada.<br />
<br />
não leveis<br />
minha mãe nem meu pai.<br />
<br />
ligo-te ao mundo<br />
como amor.<br />
não leveis meu amor!<br />
tenho medo de ti!<br />
<br />
me ajoelho e faço uma prece.<br />
levai minha prece.<br />
não os meus,<br />
<br />
por favor?anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-55223694817837788692010-12-19T18:26:00.000-08:002014-01-04T04:38:06.999-08:00prefácioescrevo, com o grão de meus dedos,<br />
minúsculas partículas<br />
minúsculas.<br />
<br />
rebúsculas.<br />
<br />
obscurezas que eu dou.<br />
<br />
escrevo,<br />
com o grão de meus dedos,<br />
e eu sou.<br />
<br />
- qualquer coisa que não seja escura<br />
nem clara<br />
nem certa nem torta demais.<br />
<br />
nem velha.<br />
<br />
escrevo, pelas frestas das mesas,<br />
poemas mortais. despencam;<br />
<br />
estrelas.<br />
<br />
não temo não tê-las,<br />
leais,<br />
desiguais.<br />
<br />
escrevo, com a ponta dos nervos,<br />
meus versos praquês<br />
sem ter<br />
eu porquês, - com o grão de meus dedos,<br />
cegamente, correndo as paredes<br />
sem poder lhes passar<br />
<br />
no entanto,<br />
por quê?.<br />
<br />
<br />
eu não tenho suavidade alguma. eu não tenho verdade,<br />
nenhuma.<br />
escrevo, <br />
com o tempo da espuma.<br />
<br />
escrevo, e meus desalentos são todos coisais.<br />
<br />
<br />
escrevo, com a faca da rua,<br />
secretas verrugas,<br />
<br />
venusas,<br />
<br />
meninas doentes e ninfas senis.<br />
<br />
eu escrevo como aquele remido,<br />
mêndice, esquálido e fa-<br />
minto. escrevo e<br />
não<br />
qui-lo.<br />
<br />
eu não vejo.<br />
<br />
com o grão de meus dedos<br />
escrevo<br />
e não volto atrás.<br />
<br />
não volto,<br />
renego e enfureço,<br />
depois eu me deito, me dispo e mevou,<br />
e mevou,<br />
e mevou sem jamais.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-69370546900369186472010-12-15T04:15:00.000-08:002010-12-15T04:15:29.563-08:00plenamentepessoas que eu não conheço,<br />
com quem não converso,<br />
todas em volta de mim. e eu no centro<br />
<br />
lateral,<br />
no canto esquerdo<br />
dos fundos,<br />
<br />
próximo à porta de saída.<br />
<br />
ali, olhei para todos os meios. peguei o carro,<br />
me acidentei contra um muro imaginário<br />
e, paraplegicamente,<br />
os meus dias<br />
daí<br />
<br />
vivi-os todos .plenamente.<br />
<br />
habituais.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-68346518161521365952010-12-03T16:43:00.000-08:002010-12-03T16:43:03.255-08:00caminhando à noite por uma rua moralsou feito de sombras.<br />
de sombras daninhas que invadem-me a alma.<br />
<br />
penetram <br />
por fora de mim, até o cosmos,<br />
e me invadem por dentro.<br />
<br />
<br />
sombras daninhas.<br />
<br />
noites marias<br />
de coice e<br />
de açoite<br />
e de frio.<br />
<br />
eu sou feito de açoites.<br />
<br />
cães que entreladram raivosos e asfaltam-se em mim.<br />
eu sou pura<br />
irrazão.<br />
canção. canção. <br />
<br />
eu sou noite e profundo.<br />
sou inumanamente obscuro<br />
e profuso<br />
e doente mental.<br />
- às vezes eu sou. no escuro e em silêncio.<br />
<br />
eu sou feito de nós.<br />
de pós. de vassouras. desdém.<br />
<br />
além das profundezas de toda latitude<br />
eu sou e aquém. além de além<br />
da humana imperfeição e perfeição, para cima ou para baixo,<br />
de toda a mansidão<br />
<br />
eu sou<br />
e o sem razão.<br />
<br />
o tédio.<br />
<br />
o<br />
dó.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-87006198676391095612010-12-02T12:25:00.000-08:002010-12-02T12:28:53.060-08:00paciência!se viesse uma coisa<br />
toda nova,<br />
toda cheirando a chocolate caro, vinho,<br />
toda com sabor de linho,<br />
discente,<br />
<br />
se viesse uma coisa estridente<br />
muda, no seu canto,<br />
toda contente,<br />
<br />
se viesse assim, de repente<br />
e sem rima,<br />
mas cheia de valia,<br />
<br />
se viesse grande, quase imensamente,<br />
ou se viesse pequena<br />
mas grande, tão intensamente, se viesse - mesmo que atrasadamente<br />
<br />
ou nem viesse, estasse,<br />
assim,<br />
diferente<br />
<br />
e eu nem quisesse<br />
<br />
ou sonhasse,<br />
- se viesse toda direta, breve, uma frase,<br />
uma dissertação inteira<br />
de mais de um milhão de maneiras<br />
toda implícita<br />
<br />
e controversa,<br />
se viesse e fora esta<br />
uma coisa para a vida toda,<br />
uma sesta,<br />
<br />
um meio-dia entre folhagens,<br />
um paisagismo aprendiz.<br />
<br />
mas não vem, nem assado nem assim.<br />
e a vida perpetra essa<br />
espera<br />
<br />
mesmo sem mim.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-80655884504838829942010-11-25T05:54:00.000-08:002010-11-25T06:27:53.798-08:00brecha- espera. <br />
<br />
fica mais um pouco.<br />
<br />
- pra quê?<br />
- não sei. sozinho eu sou muito diferente. mas eu não quero estar<br />
sozinho, <br />
fica comigo!<br />
<br />
- não sei.<br />
<br />
eu também sou diferente.<br />
<br />
- por isso. junto a gente é outro.<br />
fica um pouco mais.<br />
<br />
<br />
<br />
- vou ter que ir, a algum momento.<br />
- então já terei dormido.<br />
- e quem vai fechar o portão?<br />
<br />
<br />
<br />
- não sei. deixa aberto. quem sabe você volta.<br />
- e se eu não voltar?<br />
- talvez eu sonhe.<br />
<br />
- ...<br />
<br />
- talvez eu mude e tudo mude enquanto eu durmo.<br />
talvez eu não precise mais que você esteja perto para eu ser<br />
igual. não daí pra adiante.<br />
espera um pouco mais?<br />
<br />
- mais.<br />
<br />
- ...<br />
- ...<br />
- ...<br />
<br />
- não sei.<br />
<br />
<br />
não sei.<br />
<br />
...<br />
...<br />
<br />
- ... <br />
<br />
- não sei<br />
<br />
...deixa eu te cuidar?<br />
- não sei. (dentro de mim é tudo esquisito.)<br />
- deixa eu entender?<br />
- não dá.<br />
- deixa.<br />
- não dá.<br />
- então dorme.<br />
<br />
quem sabe eu veja o que sonha, <br />
quem sabe eu me explique também, <br />
eu também não sei de nada.<br />
... <br />
<br />
- <br />
<br />
?<br />
?<br />
<br />
<br />
dorme também?<br />
- do teu lado?<br />
- comigo.<br />
<br />
.<br />
.<br />
...<br />
<br />
...<br />
<br />
<br />
- boa noite.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-52420471179842658382010-11-21T18:41:00.000-08:002010-11-21T18:41:27.506-08:00comparaçãopra mim é tão natural que haja diferenças<br />
que eu nem avalio as coisas através de diferenças,<br />
só por igualdades.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-22859047061505741462010-11-18T11:51:00.000-08:002010-11-18T11:51:50.527-08:00sintaxemaria está pensando em niguém.<br />
"ninguém gosta de mim."<br />
<br />
mas depois de dez minutos prevê o holocausto no mundo.<br />
assina o papel xerocado e despacha<br />
<br />
pretas galinhas sem quê.<br />
<br />
dorme tranquila,<br />
quase serena;<br />
não diz:<br />
<br />
"...por que eu não morri ontem!"anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-89408509427326983992010-11-15T17:18:00.000-08:002010-11-15T17:18:47.416-08:00haikai extenso demaisse eu pudesse emancipar-me de mim mesmo,<br />
se eu ousasse.<br />
se eu livrasse do egoísmo,<br />
se eu ousasse.<br />
<br />
se eu pudera.<br />
se eu vazasse a estratosfera.<br />
<br />
se eu voasse.<br />
se eu pudera.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-85114938495908072982010-11-06T10:42:00.000-07:002013-07-22T14:03:04.995-07:00pretensopretendo um dia ser rei.<br />
<br />
serei possuidor de quantas coisas meu coração puder<br />
e não quererei ser deus<br />
nem ter comando sobre nada;<br />
verdade,<br />
serei possuído de todas as coisas, <br />
mais nada.<br />
<br />
pretendo com toda a minha inteligência e o meu afeto.<br />
<br />
cuspirei na política,<br />
vomitarei de cima dos prédios meu horror<br />
sobre tudo,<br />
serei sísmico e matutinamente<br />
rígido,<br />
como escovar os dentes.<br />
mas não terei pretensões nenhumas senão<br />
de pretenderem<br />
a mim.<br />
<br />
abrirei os braços,<br />
gritarei,<br />
como às cenas dos filmes românticos<br />
e adolescentes,<br />
- será o filme mais adolescente do mundo.<br />
marcar-lhe-á o pincel de frida khalo,<br />
mas será leve como a cecília.<br />
será quase um<br />
orgasmo<br />
<br />
o nosso reino infantil.<br />
<br />
<br />
não quererei fazer guerra<br />
nem terei estrategistas, cuspirei sobre tudo isso.<br />
<br />
por favor, cuspa comigo! num sinal de nojo pelas coisas ligeiras.<br />
elas todas morrerão.<br />
<br />
<br />
não serei socialista<br />
nem parlamentarista,<br />
nem presidencialista,<br />
<br />
nem serei demagógico,<br />
não eu, se for rei.<br />
<br />
não serei qualquer coisa<br />
que não rei.<br />
<br />
e tu estarás livre,<br />
de todo livre: mas só para brincar.<br />
poderás também correr,<br />
sejam campinas,<br />
sejam lírios e pastos, poderás te embriagar às vezes<br />
corriqueiramente<br />
e ser feliz,<br />
<br />
só não quererás matar.<br />
<br />
eu terei apenas o coração e este poderá apodrecer.<br />
então deveremos cuidar,<br />
juntos,<br />
como se fosse possível,<br />
<br />
e tornar-se-á.<br />
<br />
e, quando abdicar ao trono,<br />
já cansado dos dias,<br />
governarás tu no meu lugar, e não mandarás em ninguém.<br />
as pessoas curvar-se-ão e tu te curvarás a todas elas,<br />
e ninguém se enforcará.<br />
<br />
depois deus vai descer e levá-los consigo.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-44621218083874253742010-11-06T05:39:00.000-07:002010-11-06T09:44:28.729-07:00poesiafica inerente em nós<br />
o apreço pela vida<br />
fica crucificantemente<br />
como andar pelado<br />
debaixo<br />
da escrita<br />
<br />
fica imerso no intuito<br />
a cadência<br />
o profundo<br />
fica o re-vinho reticencioso (a clausura no esquerdo<br />
profundo do peito), fica o corcundo<br />
profundo do espelho<br />
ficam as manchas<br />
.profundo e sem jeito.<br />
<br />
fica passado a limpo o verso mais ínfimo<br />
mas toda poesia será sempre rascunho, por favor! não discorde<br />
<br />
mas toda poesia será sempre contigo. ou não será.<br />
<br />
fica no ombro o desgaste da pena<br />
não fica a caneta<br />
tudo será conforme antigamente, a pedra e o punho,<br />
mas que também não fica a limpo; só o fumo,<br />
<br />
fica a fumaça<br />
<br />
e o fogo contenta a perder-se no ar puro.<br />
fica a fumaça; <br />
você para mim<br />
<br />
mas não fica o que<br />
foste:<br />
<br />
fica-me a noite<br />
fica-me a noite<br />
fica-me a noite<br />
<br />
e nada permanecerá<br />
e nada comunicará<br />
e nada se concluirá<br />
e nada de nada (nada)<br />
nadificar-se-á<br />
<br />
rascunho será;<br />
rascunho.<br />
<br />
...<br />
<br />
fica a rasura mas o resumo<br />
só o mercúrio<br />
do tempo<br />
dirá.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-15182480008894528352010-11-01T06:13:00.001-07:002010-11-06T09:46:04.301-07:00soneto para o meu amor nº 2da minha dor eu te farei o meu sorriso<br />
e dos espinhos que cravarem-se em teus pés<br />
eu lhes farei da minha paz o mecanismo<br />
e a carregar-te remarei no meu convés.<br />
<br />
e a te guiar, pr'assim jamais perder-te o rumo,<br />
do meu escudo eu te farei a ti a espada<br />
e derretido o aço e a prata, a ti eu te juro,<br />
eu te farei no torno d'água a ti a calma.<br />
<br />
eu te farei do medo atroz não ter receio,<br />
se assim fizer eu do meu sonho a ti recreio<br />
e por esteio eu te firmar no mesmo andor.<br />
<br />
e se não der, mas algo mais 'inda eu farei,<br />
a tua cruz no ombro meu carregarei<br />
pra em meu calvário eu ir feliz por ter-te o amor.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-63062689070921352312010-10-31T17:45:00.000-07:002010-10-31T17:45:02.495-07:00este poema*este poema não se importa contigo.<br />
perdoa-o, se o pensares, por isso, mal.<br />
ele não se importa,<br />
<br />
não tem nada contigo.<br />
<br />
se-escreveu para o vento. apaga-o se o quiseres.<br />
ele nem está escrito. este poema<br />
<br />
não<br />
se importa contigo.<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<span style="font-size: x-small;">*este poema não se importa contigo.</span>anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-60809160185945477472010-10-31T17:18:00.000-07:002010-10-31T17:48:28.271-07:00finadosnenhuma metafísica no meu coração agora bate,<br />
só o momento, tacto,<br />
meio ruga,<br />
envilecido<br />
<br />
- mas quão grandiosamente líquido<br />
e ternamente<br />
mãe,<br />
não sei por quê. dentro de<br />
<br />
mim.<br />
de mim.<br />
<br />
.<br />
queria encostar meu queixo nos teus sonhos, agora,<br />
e pensar no futuro de todas as gerações<br />
de teu amor,<br />
se é que existe, em<br />
ti,<br />
agora;<br />
<br />
sem nenhuma metafísica contanto,<br />
eu não sei por quê:<br />
<br />
:<br />
preso à realidade toda <br />
por debaixo dos meus pés e ao redor de tudo, só o instante<br />
para mim, para o mundo, <br />
<br />
juntos, <br />
tudo então<br />
juntos<br />
<br />
para mim.<br />
<br />
- dentro de mim.<br />
e de mim. <br />
<br />
. <br />
queria tua cara rosa, cheia de cravos e espinhas,<br />
queria abrir os braços e gritar,<br />
cheio de cravos, cheio<br />
de<br />
espinhas,<br />
<br />
depois correr na noite nu,<br />
- e tu virias comigo,<br />
e eu te daria canto e dar-<br />
ia<br />
alívios,<br />
que eu nem tenho,<br />
<br />
e seríamos ódio ou amor - para sempre,<br />
<br />
a todo momento e<br />
só o momento,<br />
tacto,<br />
dentro de<br />
m<br />
i<br />
m.<br />
de mim.<br />
<br />
e nunca ter fim,<br />
nem a morte.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-86349037878256823902010-10-31T07:47:00.000-07:002010-10-31T16:31:55.573-07:00hoje - 31 de outubro deste anohoje, por mais que tudo seja alegre<br />
eu não serei.<br />
<br />
ficarei aqui,<br />
pasmo,<br />
desesperadamente calmo sem saber o que pensar,<br />
escrevendo este poema sem pra quê.<br />
<br />
olharei a luz pela janela do quarto, o computador blogado,<br />
mas não terei sensibilidade a nada,<br />
o dia morto.<br />
hoje,<br />
por mais que tudo eu ponha escrito<br />
nada direi.<br />
<br />
a minha vida parece amiudada,<br />
a minha esperança<br />
calada,<br />
<br />
- o meu velório, marquei; sem cruzes, coroas, nem velas nem flor.<br />
<br />
uma valeta sem terra, <br />
nada a cobrir.<br />
<br />
hoje, tornei-me invisível. <br />
morto.<br />
<br />
o dia todo, sem quê,anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-98900445261199392.post-72437847406395621662010-10-25T18:47:00.000-07:002010-11-06T09:46:32.806-07:00soneto para o meu amor nº 1porque haja um dia em que eu não tenha mais defeito<br />
e seja estreito o laço que unja a mim a nós.<br />
e seja eterno o que não dure e não tem jeito,<br />
e seja inteiro estarmos juntos, mesmo a sós.<br />
<br />
porque haja ainda um dia a dia noite a noite<br />
e assim nos fosse sermos longes, 'té jamais,<br />
- e velejar sem nada ou quando e até sem onde<br />
a nós nos fosse, sem com que voltar atrás.<br />
<br />
mas que também, porque haja ainda o sol no sangue,<br />
'inda haja a fome pr'eu sentir tua luz curvar,<br />
- jamais por ti, mas para sempre eu te cuidar;<br />
<br />
e quando réus nos acusarmos num instante,<br />
mas que haja ainda a vida inteira a vir avante<br />
e a vir constante, em raios d'água, céus e mar.anbonihttp://www.blogger.com/profile/16455930402775922601noreply@blogger.com0