domingo, 31 de outubro de 2010

finados

nenhuma metafísica no meu coração agora bate,
só o momento, tacto,
meio ruga,
envilecido

- mas quão grandiosamente líquido
e ternamente
mãe,
     não sei por quê. dentro de

mim.
de mim.

.
queria encostar meu queixo nos teus sonhos, agora,
e pensar no futuro de todas as gerações
de teu amor,
     se é que existe, em
     ti,
agora;

sem nenhuma metafísica contanto,
eu não sei por quê:

:
     preso à realidade toda
     por debaixo dos meus pés e ao redor de tudo, só o instante
para mim, para o mundo,

     juntos,
     tudo então
juntos

     para mim.

     - dentro de mim.
  e de mim.

.
queria tua cara rosa, cheia de cravos e espinhas,
queria abrir os braços e gritar,
cheio de cravos, cheio
de
espinhas,

     depois correr na noite nu,
- e tu virias comigo,
e eu te daria canto e dar-
ia
alívios,
     que eu nem tenho,

e seríamos ódio ou amor - para sempre,

a todo momento e
só o momento,
tacto,
dentro de
m
i
m.
de mim.

     e nunca ter fim,
     nem a morte.

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