este poema não se importa contigo.
perdoa-o, se o pensares, por isso, mal.
ele não se importa,
não tem nada contigo.
se-escreveu para o vento. apaga-o se o quiseres.
ele nem está escrito. este poema
não
se importa contigo.
*este poema não se importa contigo.
domingo, 31 de outubro de 2010
finados
nenhuma metafísica no meu coração agora bate,
só o momento, tacto,
meio ruga,
envilecido
- mas quão grandiosamente líquido
e ternamente
mãe,
não sei por quê. dentro de
mim.
de mim.
.
queria encostar meu queixo nos teus sonhos, agora,
e pensar no futuro de todas as gerações
de teu amor,
se é que existe, em
ti,
agora;
sem nenhuma metafísica contanto,
eu não sei por quê:
:
preso à realidade toda
por debaixo dos meus pés e ao redor de tudo, só o instante
para mim, para o mundo,
juntos,
tudo então
juntos
para mim.
- dentro de mim.
e de mim.
.
queria tua cara rosa, cheia de cravos e espinhas,
queria abrir os braços e gritar,
cheio de cravos, cheio
de
espinhas,
depois correr na noite nu,
- e tu virias comigo,
e eu te daria canto e dar-
ia
alívios,
que eu nem tenho,
e seríamos ódio ou amor - para sempre,
a todo momento e
só o momento,
tacto,
dentro de
m
i
m.
de mim.
e nunca ter fim,
nem a morte.
só o momento, tacto,
meio ruga,
envilecido
- mas quão grandiosamente líquido
e ternamente
mãe,
não sei por quê. dentro de
mim.
de mim.
.
queria encostar meu queixo nos teus sonhos, agora,
e pensar no futuro de todas as gerações
de teu amor,
se é que existe, em
ti,
agora;
sem nenhuma metafísica contanto,
eu não sei por quê:
:
preso à realidade toda
por debaixo dos meus pés e ao redor de tudo, só o instante
para mim, para o mundo,
juntos,
tudo então
juntos
para mim.
- dentro de mim.
e de mim.
.
queria tua cara rosa, cheia de cravos e espinhas,
queria abrir os braços e gritar,
cheio de cravos, cheio
de
espinhas,
depois correr na noite nu,
- e tu virias comigo,
e eu te daria canto e dar-
ia
alívios,
que eu nem tenho,
e seríamos ódio ou amor - para sempre,
a todo momento e
só o momento,
tacto,
dentro de
m
i
m.
de mim.
e nunca ter fim,
nem a morte.
hoje - 31 de outubro deste ano
hoje, por mais que tudo seja alegre
eu não serei.
ficarei aqui,
pasmo,
desesperadamente calmo sem saber o que pensar,
escrevendo este poema sem pra quê.
olharei a luz pela janela do quarto, o computador blogado,
mas não terei sensibilidade a nada,
o dia morto.
hoje,
por mais que tudo eu ponha escrito
nada direi.
a minha vida parece amiudada,
a minha esperança
calada,
- o meu velório, marquei; sem cruzes, coroas, nem velas nem flor.
uma valeta sem terra,
nada a cobrir.
hoje, tornei-me invisível.
morto.
o dia todo, sem quê,
eu não serei.
ficarei aqui,
pasmo,
desesperadamente calmo sem saber o que pensar,
escrevendo este poema sem pra quê.
olharei a luz pela janela do quarto, o computador blogado,
mas não terei sensibilidade a nada,
o dia morto.
hoje,
por mais que tudo eu ponha escrito
nada direi.
a minha vida parece amiudada,
a minha esperança
calada,
- o meu velório, marquei; sem cruzes, coroas, nem velas nem flor.
uma valeta sem terra,
nada a cobrir.
hoje, tornei-me invisível.
morto.
o dia todo, sem quê,
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
soneto para o meu amor nº 1
porque haja um dia em que eu não tenha mais defeito
e seja estreito o laço que unja a mim a nós.
e seja eterno o que não dure e não tem jeito,
e seja inteiro estarmos juntos, mesmo a sós.
porque haja ainda um dia a dia noite a noite
e assim nos fosse sermos longes, 'té jamais,
- e velejar sem nada ou quando e até sem onde
a nós nos fosse, sem com que voltar atrás.
mas que também, porque haja ainda o sol no sangue,
'inda haja a fome pr'eu sentir tua luz curvar,
- jamais por ti, mas para sempre eu te cuidar;
e quando réus nos acusarmos num instante,
mas que haja ainda a vida inteira a vir avante
e a vir constante, em raios d'água, céus e mar.
e seja estreito o laço que unja a mim a nós.
e seja eterno o que não dure e não tem jeito,
e seja inteiro estarmos juntos, mesmo a sós.
porque haja ainda um dia a dia noite a noite
e assim nos fosse sermos longes, 'té jamais,
- e velejar sem nada ou quando e até sem onde
a nós nos fosse, sem com que voltar atrás.
mas que também, porque haja ainda o sol no sangue,
'inda haja a fome pr'eu sentir tua luz curvar,
- jamais por ti, mas para sempre eu te cuidar;
e quando réus nos acusarmos num instante,
mas que haja ainda a vida inteira a vir avante
e a vir constante, em raios d'água, céus e mar.
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