seremos a geração do não,
musicialismo.
não perderemos a canção
nem o cisto. seremos o coração da ação.
nada mais do que isto.
seremos paixão
e abismo.
seremos qual cisco
colhido em vinténs,
se espalharão
além e a quéns.
seremos qual lixo.
seremos a geração do não.
tempo de morte e de cristos.
não morrerão
nem nunca estarão vivos.
seremos a geração
dos livros
comprados sem razão
nem visto.
não nos valerá ninguém. só o silêncio
ou o haver.
o apocalipse absoluto da forma
e da poesia.
não nos valerá ninguém.
seremos
a geração do não, "tempo',
como diria drummond,
'de absoluta de-
puração".
somos a geração do não.
- o dia em que a terra cair
por cima das tempestades
e o mundo fluir
sem vãs veleidades.
o apocalipse de todas as gerações.
todas as sanções
do mundo anterior.
só isso
e basta.
o livro das pretensões
a ser escrito.
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
manual de atuação de palco - para atores e não-atores
que todas as coisas grandes sejam
deveras grandes:
exacerbadamente
miúdas.
sutis.
para a pessoa
não há ilusões de si.
apenas gestualidades, - inatas.
circunstâncias.
ignorâncias convictas e
débeis
convicções.
não forces que o homem e
nem que a mulher
sejam mais do que são. apenas sê. tanto ou tão pouco quão.
~~~
a tortura, por mais que provoque o sangue,
não sangra. transparece.
reluz.
quase indelével.
no entanto,
o céu não enxerga, nem
o púlpito,
nem o público
tbm.
é tudo como se sumisse por trás da cortina escura,
aberta,
por detrás do palco.
por dentro de si.
( não forces que se abra ela anterior ao exato tempo.
às 17h30 ou às 9h20.
o relógio é um aspecto inexato,
mas o tempo certo
não;
ele acerta-se
medido. )
~~~
não faças rasuras, borrões,
nem transliterações
que não
se exijam.
a realidade é crua. é pouca.
exige desesperança
e simplicidade.
não exijas de ti, ainda, o que não podes
nem do outro o que tu saibas.
tem apenas o domínio,
- não de si.
apenas o domínio,
o chão,
o palco,
o
voo,
o éden e o hades
para além da minha e da tua
compensação.
~~~
não queiras mais do que devas querer
mas tbm não deixes de sonhar além,
preso à atmosfera
única
de quem tu
és
de agora em diante
e a jamais.
sê curto e mesquinho,
mas humano.
mas doente.
liberto.
~~~
ninguém fala de trás para frente,
não fales tbm.
ninguém ainda pousa, na vida, para fotografias
flagrantes, não pouses ainda tu.
ninguém ouve a música senão por ouvi-la. ninguém
crê-la entendida. a música é que atra-
vessa,
lança,
ela mais mata
do que fala.
cala-te.
~~~
se puderes quebrar o joelho, deveras,
quebra. mais vale acabar a peça
que não sacrificar,
- mesmo as tuas partes íntimas, aquelas que temes expô-las.
mesmo as tuas nádegas e o interior de teus dentes,
todo o teu nojo. dá a quem olha o
prazer
de doer,
imaturamente.
~~~
quem sabe tudo despenque.
não é notório que as hastes derribem-se ao
sopro feroz.
abandona tudo.
prostra-te ao chão
e determina o que é teu: o espaço. o teu espaço.
~~~
não chores quando não tenhas lágrima.
é perigoso. te intimida! embora,
não vivas
senão a vida em ti.
ela tbm sabe reagir exatamente ao chamamento,
e não o deduzas tu.
é tão triste fadar as coisas a molduras.
elas nem sempre complementam
a tinta.
às vezes as coisas são aéreas
e serenas.
~~~
se te perguntas, com que cabeça o fazes?,
com que imbecilidades?,
as tuas
ou as em ti?
agoraemdiante é todo o processo:
não te suicides, por favor!
amanhã te serás novamente, - ou ainda um outro:
ninguém se conhece deveras, nem ao outro.
quem dera eu pudesse te contar!
~~~
as expressões demais absurdas, nem toda a maquilagem do mundo,
essas coisas são tão indiferentes diante
da poesia
instantânea
das
forças!
não te faças. sê!
~~~
olha marília pêra.
binoches. montenegros. olha
desconhecidos,
mas olha bem retamente aos olhos
e pro palco. pros pés,
pras pernas
e pros vocais. o que é mais que isso é só o mais.
vive no mais, não lhe faças
o teu todo nem
teu eu.
não vale a pena.
o ouro não vende a sinceridade.
tudo o que brilha
é pó,
a não ser o que é plasma,
o que é estrela.
~~~
por favor, não creias em palavras mortais,
nem os maiores e medíocres elogios.
tem fé
ou melhor, perde tua fé,
a não ser que tua fé seja a mesma de quem tu te sejas lá.
as pessoas sorriem por quaisquer banalidades
e a maioria delas é conveniente demais
para entender-te a
insalubridade.
deixa-as crer apenas, não te sintas
obrigado
a te explicar.
~~~
e se tudo isso não funcionar.
dorme,
é bem melhor
a ti fazê-lo.
~~~
por sobre a amarga distância, pois então,
aproxima-te.
morre somente quando é necessário morrer.
antes disso, tudo é vivo,
vibra.
se o coração não aguentar, estoura!
explode!
teus fragmentos levarão à
morte
muitos.
até mesmo os incrédulos. até mesmo os invisíveis
luzirão!
~~~
da carne, tu tens todo o teu mérito.
tu'alma tbm é pó, - ali,
não penses tua moral além
da realidade diária
da vida
e da morte.
e por isso: faze a "chapinha", usa
as tuas lentes multicoloridas;
mas não tenhas nada com elas, nenhuma intimidade.
tem nas mãos o mundo e não
a preocupação de o não teres. é tão medíocre não te aceitares
tanto quanto a morte
que virá um dia te embalar. sê sábio
diante das coisas.
~~~
nenhuma leitura é pouca, nem do mundo, nem dos livros.
não é necessário entenderes, mas ver.
aprender.
qualquer coisa
pela observação e conservação
da história.
~~~
e quando um momento não tiveres nada,
nem a ti mesmo dentro de ti,
- e por isso sofrerás -,
e quando um momento te saberes:
é teu o domínio.
tu estarás.
e ninguém, ninguém no mundo
te poderá
jamais
derrubar.
deveras grandes:
exacerbadamente
miúdas.
sutis.
para a pessoa
não há ilusões de si.
apenas gestualidades, - inatas.
circunstâncias.
ignorâncias convictas e
débeis
convicções.
não forces que o homem e
nem que a mulher
sejam mais do que são. apenas sê. tanto ou tão pouco quão.
~~~
a tortura, por mais que provoque o sangue,
não sangra. transparece.
reluz.
quase indelével.
no entanto,
o céu não enxerga, nem
o púlpito,
nem o público
tbm.
é tudo como se sumisse por trás da cortina escura,
aberta,
por detrás do palco.
por dentro de si.
( não forces que se abra ela anterior ao exato tempo.
às 17h30 ou às 9h20.
o relógio é um aspecto inexato,
mas o tempo certo
não;
ele acerta-se
medido. )
~~~
não faças rasuras, borrões,
nem transliterações
que não
se exijam.
a realidade é crua. é pouca.
exige desesperança
e simplicidade.
não exijas de ti, ainda, o que não podes
nem do outro o que tu saibas.
tem apenas o domínio,
- não de si.
apenas o domínio,
o chão,
o palco,
o
voo,
o éden e o hades
para além da minha e da tua
compensação.
~~~
não queiras mais do que devas querer
mas tbm não deixes de sonhar além,
preso à atmosfera
única
de quem tu
és
de agora em diante
e a jamais.
sê curto e mesquinho,
mas humano.
mas doente.
liberto.
~~~
ninguém fala de trás para frente,
não fales tbm.
ninguém ainda pousa, na vida, para fotografias
flagrantes, não pouses ainda tu.
ninguém ouve a música senão por ouvi-la. ninguém
crê-la entendida. a música é que atra-
vessa,
lança,
ela mais mata
do que fala.
cala-te.
~~~
se puderes quebrar o joelho, deveras,
quebra. mais vale acabar a peça
que não sacrificar,
- mesmo as tuas partes íntimas, aquelas que temes expô-las.
mesmo as tuas nádegas e o interior de teus dentes,
todo o teu nojo. dá a quem olha o
prazer
de doer,
imaturamente.
~~~
quem sabe tudo despenque.
não é notório que as hastes derribem-se ao
sopro feroz.
abandona tudo.
prostra-te ao chão
e determina o que é teu: o espaço. o teu espaço.
~~~
não chores quando não tenhas lágrima.
é perigoso. te intimida! embora,
não vivas
senão a vida em ti.
ela tbm sabe reagir exatamente ao chamamento,
e não o deduzas tu.
é tão triste fadar as coisas a molduras.
elas nem sempre complementam
a tinta.
às vezes as coisas são aéreas
e serenas.
~~~
se te perguntas, com que cabeça o fazes?,
com que imbecilidades?,
as tuas
ou as em ti?
agoraemdiante é todo o processo:
não te suicides, por favor!
amanhã te serás novamente, - ou ainda um outro:
ninguém se conhece deveras, nem ao outro.
quem dera eu pudesse te contar!
~~~
as expressões demais absurdas, nem toda a maquilagem do mundo,
essas coisas são tão indiferentes diante
da poesia
instantânea
das
forças!
não te faças. sê!
~~~
olha marília pêra.
binoches. montenegros. olha
desconhecidos,
mas olha bem retamente aos olhos
e pro palco. pros pés,
pras pernas
e pros vocais. o que é mais que isso é só o mais.
vive no mais, não lhe faças
o teu todo nem
teu eu.
não vale a pena.
o ouro não vende a sinceridade.
tudo o que brilha
é pó,
a não ser o que é plasma,
o que é estrela.
~~~
por favor, não creias em palavras mortais,
nem os maiores e medíocres elogios.
tem fé
ou melhor, perde tua fé,
a não ser que tua fé seja a mesma de quem tu te sejas lá.
as pessoas sorriem por quaisquer banalidades
e a maioria delas é conveniente demais
para entender-te a
insalubridade.
deixa-as crer apenas, não te sintas
obrigado
a te explicar.
~~~
e se tudo isso não funcionar.
dorme,
é bem melhor
a ti fazê-lo.
~~~
por sobre a amarga distância, pois então,
aproxima-te.
morre somente quando é necessário morrer.
antes disso, tudo é vivo,
vibra.
se o coração não aguentar, estoura!
explode!
teus fragmentos levarão à
morte
muitos.
até mesmo os incrédulos. até mesmo os invisíveis
luzirão!
~~~
da carne, tu tens todo o teu mérito.
tu'alma tbm é pó, - ali,
não penses tua moral além
da realidade diária
da vida
e da morte.
e por isso: faze a "chapinha", usa
as tuas lentes multicoloridas;
mas não tenhas nada com elas, nenhuma intimidade.
tem nas mãos o mundo e não
a preocupação de o não teres. é tão medíocre não te aceitares
tanto quanto a morte
que virá um dia te embalar. sê sábio
diante das coisas.
~~~
nenhuma leitura é pouca, nem do mundo, nem dos livros.
não é necessário entenderes, mas ver.
aprender.
qualquer coisa
pela observação e conservação
da história.
~~~
e quando um momento não tiveres nada,
nem a ti mesmo dentro de ti,
- e por isso sofrerás -,
e quando um momento te saberes:
é teu o domínio.
tu estarás.
e ninguém, ninguém no mundo
te poderá
jamais
derrubar.
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
deus
ligo-te ao mundo
como uma espera demorada.
às vezes,
demorada.
não leveis
minha mãe nem meu pai.
ligo-te ao mundo
como amor.
não leveis meu amor!
tenho medo de ti!
me ajoelho e faço uma prece.
levai minha prece.
não os meus,
por favor?
como uma espera demorada.
às vezes,
demorada.
não leveis
minha mãe nem meu pai.
ligo-te ao mundo
como amor.
não leveis meu amor!
tenho medo de ti!
me ajoelho e faço uma prece.
levai minha prece.
não os meus,
por favor?
domingo, 19 de dezembro de 2010
prefácio
escrevo, com o grão de meus dedos,
minúsculas partículas
minúsculas.
rebúsculas.
obscurezas que eu dou.
escrevo,
com o grão de meus dedos,
e eu sou.
- qualquer coisa que não seja escura
nem clara
nem certa nem torta demais.
nem velha.
escrevo, pelas frestas das mesas,
poemas mortais. despencam;
estrelas.
não temo não tê-las,
leais,
desiguais.
escrevo, com a ponta dos nervos,
meus versos praquês
sem ter
eu porquês, - com o grão de meus dedos,
cegamente, correndo as paredes
sem poder lhes passar
no entanto,
por quê?.
eu não tenho suavidade alguma. eu não tenho verdade,
nenhuma.
escrevo,
com o tempo da espuma.
escrevo, e meus desalentos são todos coisais.
escrevo, com a faca da rua,
secretas verrugas,
venusas,
meninas doentes e ninfas senis.
eu escrevo como aquele remido,
mêndice, esquálido e fa-
minto. escrevo e
não
qui-lo.
eu não vejo.
com o grão de meus dedos
escrevo
e não volto atrás.
não volto,
renego e enfureço,
depois eu me deito, me dispo e mevou,
e mevou,
e mevou sem jamais.
minúsculas partículas
minúsculas.
rebúsculas.
obscurezas que eu dou.
escrevo,
com o grão de meus dedos,
e eu sou.
- qualquer coisa que não seja escura
nem clara
nem certa nem torta demais.
nem velha.
escrevo, pelas frestas das mesas,
poemas mortais. despencam;
estrelas.
não temo não tê-las,
leais,
desiguais.
escrevo, com a ponta dos nervos,
meus versos praquês
sem ter
eu porquês, - com o grão de meus dedos,
cegamente, correndo as paredes
sem poder lhes passar
no entanto,
por quê?.
eu não tenho suavidade alguma. eu não tenho verdade,
nenhuma.
escrevo,
com o tempo da espuma.
escrevo, e meus desalentos são todos coisais.
escrevo, com a faca da rua,
secretas verrugas,
venusas,
meninas doentes e ninfas senis.
eu escrevo como aquele remido,
mêndice, esquálido e fa-
minto. escrevo e
não
qui-lo.
eu não vejo.
com o grão de meus dedos
escrevo
e não volto atrás.
não volto,
renego e enfureço,
depois eu me deito, me dispo e mevou,
e mevou,
e mevou sem jamais.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
plenamente
pessoas que eu não conheço,
com quem não converso,
todas em volta de mim. e eu no centro
lateral,
no canto esquerdo
dos fundos,
próximo à porta de saída.
ali, olhei para todos os meios. peguei o carro,
me acidentei contra um muro imaginário
e, paraplegicamente,
os meus dias
daí
vivi-os todos .plenamente.
habituais.
com quem não converso,
todas em volta de mim. e eu no centro
lateral,
no canto esquerdo
dos fundos,
próximo à porta de saída.
ali, olhei para todos os meios. peguei o carro,
me acidentei contra um muro imaginário
e, paraplegicamente,
os meus dias
daí
vivi-os todos .plenamente.
habituais.
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